11 janeiro, 2013

Confissões bizarras

Não sei vocês, mas eu confesso, sou uma pessoa extremamente negativista a maior parte do tempo. É uma coisa mais forte que eu. Por mais que eu tente a cada promessa de ano novo me tornar uma pessoa otimista e alegre feliz eu não consigo.

De uns anos pra cá eu tenho lutado arduamente pra não manifestar meu lado negativo de cara, principalmente quando minha opinião não é solicitada, mas os meus olhos me traem e lá está minha cara de Isso não me surpreende em nada quando alguma coisa dá errado.

Bem, mas a real bizarrice da minha confissão é que além de negativista eu carrego comigo um quê meio funesto às vezes. Explico melhor.
O fato é que eu passei boa parte da minha juventude (ali por volta dos 13 a 16 anos - adolescente é foda!) pensando seriamente em quantas pessoas estariam presentes no meu enterro caso morresse naquele momento. Estranho isso né?! Eu sei, também acho meio escroto.
Mas o lance é que eu não só contava como listava as parcas pessoas que iriam lá dar um abraço em quem ficou (no caso minha mãe). E a conclusão a que eu chegava é que seriam apenas os familiares, porque eu sempre pensava assim Ah, eu não conheço quase ninguém mesmo, e meus amigos da escola não vão matar aula só pra ir no meu enterro (nessa época minha vida social se resumia a casa-escola-escola-casa). E não é que eu não tinha muitos amigos por ser uma pessoa chata, não é isso, os poucos amigos que tinha/tenho até que gostam bastante de mim, mas é que minha tendência negativista vai inclusive às raias de achar coisas ruins a meu respeito, tipo, as pessoas tem coisas mais importantes pra fazer ao invés de ir no meu enterro.

(minha mãe, minha avó e minha irmã no meu enterro)


Pois bem, eu cresci, casei, tive filho, virei adulta e cheia de responsabilidades, mas o lance é que volta e meia eu ainda me pego pensando nisso. Quantas pessoas iriam ao meu enterro se eu morresse hoje?!



E eis que a conclusão agora é outra.
Cara, acho que ia gente pakas. Mas não só por mim e sim principalmente pelos que ficam (mãe e agora também o marido).
Depois que fiquei adulta e passei a frequentar enterros com mais frequência (sim isso acaba acontecendo mais cedo ou mais tarde) eu me dei conta que em geral a gente vai ao enterro não apenas pelo falecido em si, mas principalmente em solidariedade aos que ficam. E se eu pensar por esse lado, meu velório vai estar lotado, porque além dos meus colegas de trabalho (dos dois pelos quais passei a maior parte da minha vida adulta até o dia de hoje) iriam também os muitos amigos e amigas do meu marido e também da minha mãe (além da família que já foi mencionada anteriormente, esses sempre vão pq está no protocolo, sabe como é né?!) e eles conhecem gente pakas que se preocupa com eles, são hiper-ultra-mega amados e queridos. E certamente estariam todos lá pra dar um abraço neles e prestar apoio e dizer que sim, eu era uma pessoa fantástica, linda, engraçada, carinhosa e inteligente, porque sabe como é né, quando morre todo mundo vira a perfeição personificada na terra até aquele dia que deixou de estar personificada na terra e passará a personificar abaixo dela kkkkkkk (eu acho que prefiro ser cremada, mas enfim).

Toooooodos presentes pra me dar o último adeus. Não se váááááá´, me dê uma chance por favor, daqui pra frente tudo vai mudaaaaarrrrr... (Jani e Erondi, lembra?! Lembra?!)

O lance é que estou usando esse post GIGANTE apenas para deixar registrado desde já o agradecimento a todos que estarão presentes kkkkkkkk ow guria escrota da porra e deixar também um pedido: Gente, faz o meu enterro ao som de Shine On You Crazy Diamond do Pink Floyd!??!?! Ia ser mara hein!! Um enterro inesquecível!! E-mo-ni-o-nan-te!!!!
Fala a verdade?!?! Sente aí o drama!



Fala se não é um som massa pra tocar na hora que tiver lá baixando o caixão?!? Ou no meu caso fazendo ele andar na esteira rumo à fornalha?!?! Show hein!! No final todos aplaudem (apesar da minha mãe nunca entender pq fazem isso nos enterros) e fim, todos se direcionam às suas residências e a vida segue (só não pra mim kkkkkkkk sacou?! sacou?! pra mim não!!! tô morta!! kkkkkkkkkkkkkk idiota! ¬¬)

Então tá... se for hoje, ta aí meu registro ante-pós-mortem.


PS: detalhe, na mesma época que comecei a pensar sobre isso eu pensei em me jogar de baixo de um caminhão só pra tirar a prova e dizer: não falei que ia pouca gente! Mas a incerteza de poder assistir no pós morte me fez desistir, pq sabe lá se eu ia ter como ficar lá pairando sobre o velório só pra ver quem estava presente. Como eu disse, ow guria escrota! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

3 comentários:

Cristiano disse...

Enterro, serio???
O morto lá eh o q menos importa com a ausência de alguém ou presença. :P

Srta. Forte disse...

Passei direto pela música, sem nem ler qual é, que é pra garantir que não vou ficar achando que ela tem cara de enterro.

Silvinha disse...

Ta vendo Cristiano como eu sei ser estranha as vezes. kkkkk isso me preocupava constantemente. kkkkk

Srta Fortes não se preocupe em ficar com a ideia fixa de que a música é de enterro, na verdade é uma música excelente para diversas ocasiões vai bem no enterro, no fim de tarde ao por do sol com o marido, numa manhã chuvosa debaixo das cobertas, naqueles momentos de reflexão pra colocar tico e teco no lugar... enfim... as mais diversas (na minha humilde opinião, claro)